Portugal e os portugueses estão a passar por momentos extremamente difíceis! A cada dia que passa somos confrontados com mais notícias sobre orçamentos gravosos, medidas de austeridade penalizadoras, falta de dinheiro, conflitos sociais, greves. As pessoas começam a ficar mais e mais angustiadas face ao seu dia a dia e ao respectivo futuro pessoal e das famílias! Não param as ameaças das SCUT`s, do IVA, IRS, da redução do salário, do corte das deduções fiscais e abonos de família e…mais que tudo…do desemprego! A ansiedade aumenta, as depressões agravam-se com medo de se perder o emprego e o nível de vida que se conseguiu até aqui.
O Ministério da Saúde calcula que cerca de 20% da população portuguesa é afectada, de uma maneira ou de outra por este tipo de doença (depressão). A situação tende agora a agravar-se. Verifica-se já um aumento do consumo de anti-depressivos e estabilizadores de humor. As pessoas deparam-se cada vez mais com conflitos pessoais e problemas que atormentam o seu dia-a-dia. A expectativa de poder-se perder o emprego e a consequente impossibilidade de pagar as suas despesas torna-se um drama angustiante!
Dizem-me que o recurso a psicólogos está a aumentar, mas, paradoxalmente, houve-se que as famílias estão já a cortar em despesas “menos essenciais” e este tipo de consultas ou parte das suas sessões também está a ser afectado, como ouço de colegas meus! Então há que reflectir calmamente e, se estiver com alguns dos sintomas como, modificação do apetite, perturbações de sono, perda de energia e cansaço, falta de confiança e auto-estima, sentimentos de culpa, falta de concentração, apatia, tristeza, irritabilidade, manifestações de dores de estômago (não habituais) por exemplo, deve ficar alerta e se puder consultar um especialista ou médico de família é a sua prioridade número um.
Estamos com medo do futuro, mas isso não implica que baixemos os braços e nos assustemos ou entramos em pânico descontrolado. A evolução da sociedade portuguesa evoluiu nos últimos 35 anos de um estado de quase nenhumas regalias para regalias nunca antes pensadas. Como foi possível chegar-se a este ponto é um assunto para outra discussão, mas num país que não produz o suficiente para aquilo que gasta só podia chegar aonde chegou! E quando olhamos para as televisões continuamos a ver as mesmas caras, as mesmas notícias sobre corrupção, os mesmos gestores das nossas vidas de há anos a esta parte. Verdade?
Construiu-se uma sociedade em que a educação das crianças se fez acompanhar com violência traduzida em jogos e filmes de Tv. Empurramos esses mesmos jovens para a escola com a carapaça de deuses invioláveis e plenos de direitos que não toleram deveres! Enfrentá-los é um desafio terrível para quem tem esse papel! Criou-se a ilusão de uma juventude ávida de sensações, de gritos e revolta, da curtição do som, do sabor, do prazer, do cheiro, da desresponsabilização, do “vivre pour vivre”. Os pais perderam algum do controlo, a ansiedade e preocupações destes aumentou. O número de divórcios cresceu significativamente em resultado das crises sociais e pessoais, o amor desses filhos passou a ser mitigado, deixando de haver a estabilidade emocional necessária, a mesma que também se irá repercutir para noutras situações como o trabalho e a produtividade.
As empresas roubam cada vez mais tempo às famílias, fazendo interiorizar a ideia nos seus contratados de que é necessário permanecer muito tempo na Empresa como forma de proporcionar e mostrar empenho e maior produtividade. Que importa chegar tarde a casa? Que importa não dar tempo aos filhos? O emprego é fundamental e deve estar primeiro! Pois é! Stress, cansaço, depressão, desarmonia conjugal, educação imperfeita dos filhos é o resultado consequente.
E perante este cenário ainda nos acenam com mais medidas de austeridade, mais pedidos de sacrifícios, quando outros continuam alegremente, com a conivência da Justiça a assobiar para o lado…falando em números e mais números, milhões e mais milhões, esquecendo-se de nós…pessoas!
Resta-nos, face à angústia começar a encontrar a melhor estratégia para se enfrentar a crise, estabelecer prioridades, verificar a melhor maneira de alterar os hábitos e encontrar a auto-estima indispensável, estabelecendo programas alternativos de inovação e criatividade!
Ser cada um, um bom gestor de si mesmo, com um bom controlo da sua vida!
O Ministério da Saúde calcula que cerca de 20% da população portuguesa é afectada, de uma maneira ou de outra por este tipo de doença (depressão). A situação tende agora a agravar-se. Verifica-se já um aumento do consumo de anti-depressivos e estabilizadores de humor. As pessoas deparam-se cada vez mais com conflitos pessoais e problemas que atormentam o seu dia-a-dia. A expectativa de poder-se perder o emprego e a consequente impossibilidade de pagar as suas despesas torna-se um drama angustiante!
Dizem-me que o recurso a psicólogos está a aumentar, mas, paradoxalmente, houve-se que as famílias estão já a cortar em despesas “menos essenciais” e este tipo de consultas ou parte das suas sessões também está a ser afectado, como ouço de colegas meus! Então há que reflectir calmamente e, se estiver com alguns dos sintomas como, modificação do apetite, perturbações de sono, perda de energia e cansaço, falta de confiança e auto-estima, sentimentos de culpa, falta de concentração, apatia, tristeza, irritabilidade, manifestações de dores de estômago (não habituais) por exemplo, deve ficar alerta e se puder consultar um especialista ou médico de família é a sua prioridade número um.
Estamos com medo do futuro, mas isso não implica que baixemos os braços e nos assustemos ou entramos em pânico descontrolado. A evolução da sociedade portuguesa evoluiu nos últimos 35 anos de um estado de quase nenhumas regalias para regalias nunca antes pensadas. Como foi possível chegar-se a este ponto é um assunto para outra discussão, mas num país que não produz o suficiente para aquilo que gasta só podia chegar aonde chegou! E quando olhamos para as televisões continuamos a ver as mesmas caras, as mesmas notícias sobre corrupção, os mesmos gestores das nossas vidas de há anos a esta parte. Verdade?
Construiu-se uma sociedade em que a educação das crianças se fez acompanhar com violência traduzida em jogos e filmes de Tv. Empurramos esses mesmos jovens para a escola com a carapaça de deuses invioláveis e plenos de direitos que não toleram deveres! Enfrentá-los é um desafio terrível para quem tem esse papel! Criou-se a ilusão de uma juventude ávida de sensações, de gritos e revolta, da curtição do som, do sabor, do prazer, do cheiro, da desresponsabilização, do “vivre pour vivre”. Os pais perderam algum do controlo, a ansiedade e preocupações destes aumentou. O número de divórcios cresceu significativamente em resultado das crises sociais e pessoais, o amor desses filhos passou a ser mitigado, deixando de haver a estabilidade emocional necessária, a mesma que também se irá repercutir para noutras situações como o trabalho e a produtividade.
As empresas roubam cada vez mais tempo às famílias, fazendo interiorizar a ideia nos seus contratados de que é necessário permanecer muito tempo na Empresa como forma de proporcionar e mostrar empenho e maior produtividade. Que importa chegar tarde a casa? Que importa não dar tempo aos filhos? O emprego é fundamental e deve estar primeiro! Pois é! Stress, cansaço, depressão, desarmonia conjugal, educação imperfeita dos filhos é o resultado consequente.
E perante este cenário ainda nos acenam com mais medidas de austeridade, mais pedidos de sacrifícios, quando outros continuam alegremente, com a conivência da Justiça a assobiar para o lado…falando em números e mais números, milhões e mais milhões, esquecendo-se de nós…pessoas!
Resta-nos, face à angústia começar a encontrar a melhor estratégia para se enfrentar a crise, estabelecer prioridades, verificar a melhor maneira de alterar os hábitos e encontrar a auto-estima indispensável, estabelecendo programas alternativos de inovação e criatividade!
Ser cada um, um bom gestor de si mesmo, com um bom controlo da sua vida!
(Crónica publicada no Jornal “Pinhel Falcão” de 04 de Novembro de 2010)
Pois é! Devíamos encarar as medidas de austeridade, como um " sentimento" nacional, mas quando vemos que a corrupção não é devidamente castigada e por vezes ficamos com a sensação que é bem recompensada ainda, ficamos com um "nó" na garganta e em vez dum sentimento nacional, ficamos antes com uma grande revolta interior e apetece cruzar os braços, e deixar que este País bata lá bem no fundo, e com grande estrondo!
ResponderEliminarComo repararam temos um novo colaborador. O ilustre conterrâneo João Rodrigues faz agora parte da família alambicada do O Samarra. Bem-vindo.
ResponderEliminarnem a propósito,isto faz-me lembrar um artigo que li ontem num jornal,com o titulo"de absurdo a possivel,estudo britanico,sugere que portugal saia do euro"...os economistas portugueses,admitem as dificuldades impostas pelo euro,mas rejeitam em bloco o canto da sereia de uma saida voluntária da moeda unica
ResponderEliminarpara muitos observadores externos(sobretudo anglo-saxonicos)o eventual fim da moeda unica,ou a saída dos países mais fracos é uma questão passivel a ser debatida.
o"financial times" aponta que se um país do euro for incapaz de conolidar as suas contas ou melhorar a sua competividade,deve em ultimo recurso sair da união monetária,podendo porem manter-se na união europeia.
no que nos respeita,o ano de 2011 vai ser fortemente recessivo,e com a subida da divida publica,mesmo depois de estabilizado o défice(se conseguir-mos)vamos ter que continuar com o cinto apertado(anos...???) para estancar o endividamento,e da respectiva montanha de juros.
resumindo...não vejo um futuro risonho...
opinião pessoal
(SOLDIER)
Ainda bem que guardei alguns escudos Soldier. Ainda me vão dar jeito! Saudades daquelas moedas grandes de 50 escudos...
ResponderEliminareste deu-me fome... tava carregado.. Xiça!
A pior das mortes
ResponderEliminarNovembro 22, 2010 por Fundação José Saramago
Um país como Portugal, e não é o único nesta situação, que não tem uma ideia própria de futuro para toda a colectividade, vive numa situação de total dependência. Não temos mais ideias para além das que nos dizem que devemos ter. A União Europeia dita-nos o que devemos fazer em todas as ordens da vida. Encaminhamo-nos para a pior das mortes: a morte por falta de vontade, por abdicação. Esta renúncia é também a morte da cultura. Por isso creio que um país morto, como Portugal, não pode fazer uma cultura viva.
“José Saramago: ‘El mundo se está quedando ciego”, La Verdad, Murcia, 15 de Março de 1994
"E os dias pior ainda, apesar da claridade. Ricos e pobres nem no brilho do sol reparavam. Comiam, bebiam e cavavam leiras, numa resignação de condenados.
ResponderEliminar- A vida é assim..." in Bichos
Miguel Torga
Para dizer que é um excelente artigo. parabéns a quem o escreveu.
ResponderEliminarSubscrevo o texto na integra!!
ResponderEliminarQuero também agradecer aos conterrâneos João Rodrigues e Cônsul Fraxinus Excelsior por terem aceite o convite de colaborarem com o blog "O Samarra".
A vossa contribuição será de extrema importância no fortalecimento e crescimento desta comunidade que muito prezamos.
Obrigado