Já não há Amores como antigamente…
Já não se envelhece junto nem se passeia de mão dada, dia após dia.
Até que a morte nos separe, caiu em desuso. Ou em desgraça…
De vez em quando, gosto de parar no mundo alucinante em que vivo e observar.
Sendo eu uma observadora nata, gosto de dar cor ao que vejo… mas a cada dia que passa, as cores, outrora vivas e quentes, vão-se tornando diáfanas… com muita tristeza, aquiesço a tanta gente que diz o mesmo: Já não há amor.
Aquele Amor. Forte, seguro, estável e que dura uma vida. O Amor dos nossos avós e pais. O Amor Petrarquista! Esse que só já acontece nos filmes, em que, após encontros e desencontros, sabemos que o par romântico vai acabar por ficar junto… porque esse sentimento vence tudo. Supostamente.
Conheço um casal, que amo mais do que a mim mesma e que estão juntos há 50 anos. Meio século…. Para o bem e para o mal. Com muito respeito, cumplicidade, Amor e amizade. Todos os dias das suas vidas…
Desde que sou gente que me recordo de os ter como exemplo e de pensar: “Quando crescer, quero um Amor assim.” E quanto mais olho à minha volta e vejo, amores insuficientes… casamentos que duram meio ano… infidelidades e deslealdades com fartura… mais o cerne da questão se encerra em si mesmo.
Nem sequer consigo dissertar sobre o assunto e chegar a uma razão concreta ou a uma explicação plausível. Será dos tempos em que vivemos?
Na facilidade com que encontra alguém? No pouco tempo disponível que existe, para se dedicar ao ente querido? Sim… porque na verdade, passamos mais tempo no emprego do que em casa. E quando chegamos, já estamos sem paciência e demasiado cansados para conseguir dar atenção que todos precisamos e queremos à outra pessoa. Então, os dias, semanas e meses vão passando, até os dois se tornarem quase desconhecidos que apenas residem na mesma casa.
Que triste, não é?
Não há tempo para o Amor… nem para abraços… nem para dizermos a alguém que gostamos mesmo dela. Porque esse sentimento grandioso, precisa de ser alimentado a cada segundo da sua existência…
A sociedade vive para o desamor… com o parceiro, com os amigos, familiares e colegas. Se já não existe respeito básico, como pode sobreviver o sentimento de que falo? É a pedra basilar do Amor.
Quando alguém me diz: “ Amo-o muito, porque ele é isto e aquilo”, desconfio sempre… Não se ama alguém por este ou aquele motivo. Pura e simplesmente, ama-se. E acima de tudo, ama-se, apesar disto e daquilo.
Mas ainda há excepções… cada vez mais raras, mas existem. Nos mais antigos mas também na nossa geração. Sim, porque não é tudo mau…
E essa raridade vai seguindo um rumo contra a maré, o que dá muito trabalho mas o que se recebe em troca, vale todo o esforço.
Amor com letra grande. O verdadeiro e incondicional.
“ Amo-te. Amas-me?”
“ Muito.”
“ Vamos ficar juntos para sempre?”
“ Shhhhh...sim... para sempre.”
Porque o Amor é eterno… até acabar.
Pseudo
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ora deixa-me cá ler isto com atenção...
ResponderEliminarmuito melhor pseudo. acima de tudo o ser é feito de emoções. sem boas emoções, a patologia avança.
ResponderEliminarkeep going...
Uns pormenores um pouco pedantes, mas concordo, é uma abordagem muito interessante e cheia de emoção misturada com pragmatismo inserida no quotidiano actual.
ResponderEliminarFaço votos de estar incluído nessa pequena percentagem :)
Pseudo, este toque emocional e feminino que descarregas no Ecos é fundamental para a coesão de comoções que por vezes esbanjam aqui no sítio.
ResponderEliminarMuito bem Pseudo. Gostei do teu texto. O amor, como alguém disse, é f***d*!
Amor eterno? Não acreditava muito nessa lógica, mas desde que vi um programa no National Geographic, sobre a fidelidade e o amor eterno de certas espécies animais, percebi que no homem também é possível. A natureza não falha nem mente.
Às vezes sinto-me um pombo e outras vezes um cão…
Samarra este texto deve te servir de exemplo, andas muito desleixado, vê lá se começas a escrever algo que soe a poesia e que me inspire neste dia a dia stressante.
ResponderEliminarCaso contrario vais levar tau tau...
A Pseudo podia escrever as legendas para o filme da Ermida parece me bem.
É assim que vivo a minha vida. Com Amor. E apesar, de todos percebermos que a realidade amorosa de hoje, é muito diferente, está apenas nas nossas mãos, mudar o que não nos agrada.
ResponderEliminarPorque francamente... se as coisas não estão bem, é por um motivo muito válido. E aí, mais vale desistir, largar e tomar um novo caminho. O que não podemos fazer, é conformarmo-nos com o que sabemos ser pouco.
Uma vez, em Roma, em plena Via Venetto, conversava com uns americanos que estavam casados há muitos, muitos anos e perguntei-lhes como é que eles tinham sabido que ia dar certo, que eram as pessoas certas.
"You just know. There's no place for doubts. If you question, that's not the right one. Move on."
O amor, o amor, o amor... o raio do amor. É aquilo que aperta aqui no peito? Já passei por isso várias vezes mas a médica diz-me que é ansiedade.
ResponderEliminarAmor eterno! É possivel.
amor! recuso-me a falar dessa palavra.
ResponderEliminarTenho medo.