Depois de terem apresentado uma degustação dos seus vinhos, produtores portugueses da Beira Interior levaram-nos para Brasilia, onde repetirão o evento. E lá, como em Porto Alegre, fizeram sucesso. Os eventos foram realizados pela Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), voltados prioritariamente a profissionais (compradores, distribuidores, sommeliers, donos de bares e restaurantes), jornalistas e formadores de opinião, assim como enófilos da Sociedade Brasileira de Amigos do Vinho (Sbav) e da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS). Em Porto Alegrem, foi no novo Hotel Laghetto Viverone Moinhos de Vento; em Brasilia, na Embaixada de Portugal em Brasília (Avenida das Nações, Quadra 801 – Lote 2), com a presença do embaixador Francisco Ribeiro Telles.

Cinco produtores portugueses – Adega da Covilhã, Adega do Fundão, Quinta dos Currais, Quinta dos Termos e 2.5 Vinhos de Belmonte – fizeram a apresentação de seus rótulos. A Beira Interior, a mais alta região de Portugal, berço da produção vitivinícola na época da ocupação dos romanos foi desenvolvida a partir do século XII pelos monges de Cister. Situada no centro do país, entre o Rio Douro a norte e o Rio Tejo a sul, a Beira Interior faz fronteira com a Espanha e tem cerca de 16.000 hectares de vinhedos plantados.

Os vinhos da Beira Interior têm o frescor das montanhas, que formam uma paisagem selvagem e atraente cada vez mais visitada por turistas de todo o mundo em busca de uma incrível diversidade de paisagens, com serras, aldeias históricas, áreas arqueológicas, castelos, monumentos, igrejas, solares, além de muitos vinhedos.



A altitude de 400 a 700 metros, aliada ao clima mediterrâneo, com verões muito quentes e inverno rigoroso (com neve), resulta em vinhos muito aromáticos e com uma pronunciada acidez. “A região reúne boas condições para a produção de brancos frescos e aromáticos e tintos frutados e encorpados”, afirma João Carvalho, presidente da CVRBI.

Os solos da região são de origem granítica e xistosa, fruto do relevo acidentado e montanhoso da região. As vinícolas cooperativas elaboram quase todo o vinho da região, que têm apostado a internacionalização dos seus vinhos, incentivando a aparição de pequenos e médios produtores. A exportação já alcança aproximadamente 30 países. São mais de 500 mil garrafas, compradas especialmente por Estados Unidos, Canadá, Brasil e Angola.

A Beira Interior está dentro de uma denominação genérica chamada Beiras, subdividida em outras duas regiões Beira Alta (o tradicional Dão) e a Beira Litoral (Bairrada). As castas tintas mais cultivadas na Denominação de Origem da Beira Interior, criada em 1999, unindo as regiões de Castelo Rodrigo, Cova da Beira e Pinhel, são a Tinta Roriz, Bastardo, Marufo, Rufete e Touriga Nacional. As castas brancas com maior expressão na região são a Síria, Malvasia Fina, Arinto e Rabo de Ovelha.


A Nova Região Beira Interior De Portugal
Semana passada, a convite do amigo gaúcho Orestes de Andrade, participei de uma degustação de vinhos portugueses da região Beira Interior. Foi uma grata surpresa encontrar vinhos tão bons e a constatação - pela enésima vez - de que rótulos baratos existem aos montes, e por detrás dos Montes [risos]. Abaixo, trago a vocês alguns vinhos mais destacados que provei.

- 2.5 Touriga DOC 2011 (2.5 Vinhos de Belmonte): Nariz agradável, parietal (100% touriga), anis e couro. Rápido estágio em barricas. Cor violáceo cristalino. Médio corpo e taninos presentes, indo muito bem com refeição - 85 pts.

- Colheita do Sócio DOC Branco 2012 (Adega da Covilhã): Um vinho bem feito, preciso, com boa acidez, especialmente próprio para refeição. Aroma aberto, fresco, , apesar da maturação em madeira - 85 pts.

- Alpedrinha DOC Branco 2010 (Adega do Fundão): Seguindo a aptidão da região na qualidade dos vinhos brancos, aqui temos um excelente exemplar. Mesclado pelas uvas Arinto, Síria e Fonte Cal, é finalizado por 3 meses em madeira, o suficiente para proporcionar uma maciez marcante nesta ampola. Sem perder a exuberância dos aromas dos brancos de Beira Interior, a maturação nas barricas lhe deu estrutura para combinar com vários preparos. Um vinho para comprar em caixas - Nota 88 pts.

- Síria DOC Branco 2012 (Quinta dos Currais): Esta pequena vinícola [produz 180.000 grfs.] faz este branco exuberante. Aroma cítrico, fresco e jovial. O olfato chama ao palato com um apelo incrível, que ganha em amplitude a cada gole, persistindo deliciosamente na boca. Pela acidez, elegância e personalidade, na opinião deste Editor, este é o melhor representante da uva autóctone Síria, nesta região - Nota 90 pts!

- Vinhas Velhas Tinto 2007 (Quinta dos Termos): Aromático, com especiarias e frutas silvestres pretas. Estágio na madeira por 12 meses muito bem harmonizado na acidez. Equilibrado e leve mineral, com persistência na boca. Produzido com vinhedos de 53 anos das uvas Alfrocheiro/Trincadeira/Touriga/Rufete. Um dos melhores da amostra - Nota 89 pts.



OUTROS DESTAQUES:
- O PECADO Escolha 2007 (Q.Termos) - um sangiovese 100% "português"!
- RESERVA Tinto 2010 (Q.Currais) - 18 meses de barrica, violáceo e taninos selvagens.
- FUNDANUS Tinto 2008 (A.Fundão) - eleito entre 50 melhores vinhos p/ o Brasil, por Marcelo Copello, e produzido somente a cada 3 anos.

decantandoavida
cordeiroevinhobyucha

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