Que saudades, … do som do toque dos sinos da aldeia, que saudades de, de e de… ouvimos por vezes, dizer aos nossos migrantes, mesmo nos comentários aqui no blog.
Há tempos, em Toronto - Canadá, dizia-me um emigrante; vocês não sabem o que são saudades e aquela mágoa vinha mesmo lá do fundo. Isto só o pode sentir e exprimir quem tem terra e que embora a tendo deixado, mesmo há dezenas de anos, para procurar um diferente e melhor modo de vida, para si e para os seus; carregando consigo tudo o que são lembranças, mesmo aquelas que foram agruras e dificuldades de toda a ordem, o que foi adverso na garotice e já quando rapazes e que serviram de matriz a não repetir, ou melhor a tudo fazerem para que não se repitam, mas a não esquece, para assim melhor aproveitarem o que, com denodado esforço se consegui!…
As dificuldades, destas aventuras nos estrangeiros, ou mesmo por cá, mas fora do torrão natal, foram sendo ultrapassadas pelo querer e crer de que eram capazes de mudar o rumo da vida e darem uma vida diferente aos seus. Isto pode ser confirmado, pelo selo de garantia na crónica “Os Doutores Samarras”, pois poucas aldeias deste Portugal poderão ombrear com os resultados como os que a aldeia Samarra apresenta. Ali, não há quem tenha regressado sem que tenha singrado.
Uns, bem longe nas cinco partidas do mundo, onde se encontram, outros mais perto, por cá, todos deram seguimento aos sacrifícios que os seus avós e pais fizeram. As nossas gerações devem agradecer aos avós e pais com um “Bem- Hajam” à nossa maneira, bem sentido, tal como a mágoa do emigrante que era bem profunda.
 Saudades d… e de… e das latadas na cozinha, de morcelas, mouros, farinheiros e chouriças de várias qualidades, que saudades!….


Continuemos a ter lembranças, referências e saudades do nosso tempo do nosso chão, das pessoas de quem gostávamos e que gostaram de nós e assim a nossa identidade não se perderá, nestas saudades com mágoas de vidas sofridas, mas saudáveis.
Fevereiro 2020(71-2).
Apaulos

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  1. Tão real como real é a foto da vinha grande, acho que do "Toninho Paleiro", que, com as estações do ano vai tomando o seu tom. Apaulos, não perde uma oportunidade de honrar os nossos Antepassados e puxar pelos seus descendentes; desta vez, pequena, mas com conteúdo real, gostei. Saudações Samarras.

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  2. Muitas saudades da terra ,principalmente agora,com a perda do terceiro Samarra neste ano !

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  3. Com mais ou menos conteudo,mais extensa ou mais curta, é com gosto que leio o que aqui expressa, denotando um sentido apurado do sentir de muitos de nós e das nossas tradições e teimar em não as deixar morrer, lembrando-nos delas. Continue as expressares sr. Apaulos, pois, mesmo os silenciossos estou certo que o leem com gosto Bem-haja.




    Continue a expressares sr. Apaulos

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  4. Como diz o emigrante; que saudades dos "Bolos de Páscoa", que algumas pessoas na aldeia ainda os sabem fazer e este ano, foi um intruso que desconhecemos, mas a quem deram o nome de COVID19 que nos privou que os fossemos apreciar, bem como, nos privou de todo o ritual religioso desta quadra, para revivermos os tempos de garotos, esperemos que ele não continue por muito tempo a caçoar connosco e nos deixe viver a nossa vida. Boas Festas de Páscoa.

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