(Um Sonho Encantado)
»Ano: 2006
»Duração: 117 minutos
»Origem: Índia
»Gênero: Drama/Aventura/Fantasia
»IMDB: 8.0/10 (21,555 votos)
»Direção: Tarsem Singh
»Elenco: Lee Pace, Catinca Untaru, Justine Waddel, Julian Bleach, Robin Smith, Daniel Caltagirone, Leo Bill, Sean Gilder, Grant Brett Swamby, Marcus Wesley.
»Sinopse
Filmado em mais de 4 anos e 18 países, Um Sonho Encantado é um filme imperdível.
A perfeição existe. Visualmente espectacular e delírio orgíaco de cores e sensações, Um Sonho Encantado é a obra-prima perfeita. E a perfeição está lá, no todo e em cada uma das partes, em cada frame: em cada palavra, em cada som e em cada imagem.
Os planos são ousados, meticulosos, de uma beleza deslumbrante e invulgar, assombrosa e sedutora. A encenação é detalhada e polida. Um Sonho Encantado brilha em toda a sua magnificência, fascinante, ao ponto de a perfeição parecer a coisa mais simples de todas. Não há onde apontar o dedo; é irrepreensível. Tarsem é um génio, um génio maior, pois a sua arte é feita não só pelo seu profundo sentido estético e criativo como pelo maior agente de todos: o tempo.
Um Sonho Encantado é mais do que um marco na história do cinema. É um marco na história da arte. Desde que há Homem. É um dos melhores filmes de sempre, no mais imperioso sentido da expressão, a constar obrigatoriamente nos tops mundiais dos melhores filmes de todos os tempos. Isto é a minha convicta profecia; perante uma obra destas ou nos rendemos ou...
O argumento condensa em si e na mistificada simbologia da imagem toda a História da Humanidade. Mascara-se de inocência, mas revela-se nos meandros, como acontece em todas as grandes obras. Na inocência encontramos o prazer único de contar uma história, o deleite infantil de a ouvirmos e de a imaginarmos com base na nossa memória e na nossa experiência. Nos meandros, fantásticos e profundamente poéticos, encontramos a verdade sobre nós próprios. Pois Um Sonho Encantado é, também, um filme alegórico. Muitas são as cenas-chave que abrem para outros campos de significação. Eis, em vislumbres oníricos, a mais bela viagem pelo mundo e pelo tempo. Eis, sublime, a Odisseia do Homem, a Evolução do Homem, a Evolução da Sua Sociedade, no caminho para a derradeira Queda, a que estamos todos sujeitos: a Morte. É a ordem natural das coisas (...) Todas as coisas têm que morrer, diz Roy, quando Darwin e Wallace falecem.
São as ideias de Darwin que libertam os homens do isolamento da ilha. Que metáfora encantadora. Otta Benga não é senão a sinédoque de toda a escravatura e símbolo da sua abolição e permanente luta pela liberdade. Mystic não é senão sinédoque das civilizações indígenas destruídas pelos descobridores (arda a árvore como símbolo dessa destruição, à chegada a nova terra) ou mapa que os aventurará para o Novo Mundo. O «explosive expert», sinédoque da guerra. O governador Odious não terá esse nome por acaso. Nem por acaso os seus guardas ladrarão que nem cães e morrerão que nem bestas. Heróis e antagonistas são as sinédoques dos mais variados sentimentos humanos e seres humanos no tempo. É nesta leitura escondida e difícil que Um Sonho Encantado revela a sua essência genuína e perfumada.
Na cinematografia de Colin Watkinson é impossível encontrar um defeito. Seja no deserto das dunas-laranja, na cidade azul, nas infindáveis paisagens ou na exuberância arquitectónica que ornamenta o filme, a fotografia é de uma excelência que julgava inalcançável. Um autêntico oásis de pureza. O guarda-roupa, os cenários ou a decoração estão no mesmo patamar: o da sublimidade. A montagem é magnífica e a banda sonora o coração impulsionador de toda a emoção, tanto nas etéreas melodias de Krishna Levy como nas sonantes e omnipotentes composições de Beethoven.
A pequena Catinca Untaru, com ou sem dentes, é das belezas maiores da obra, tão bem dirigida que foi pelo realizador. Lidera, com olhos de anjo, um elenco todo ele formidável. Lee Pace, talentoso, dá corpo e alma ao eterno duplo que conseguiu, desta vez por fim, ser protagonista. E a imaginativa viagem acaba numa das maiores homenagens ao cinema: o cinema como representação e como espelho de si próprio.
in cineroad.blogspot
A perfeição existe. Visualmente espectacular e delírio orgíaco de cores e sensações, Um Sonho Encantado é a obra-prima perfeita. E a perfeição está lá, no todo e em cada uma das partes, em cada frame: em cada palavra, em cada som e em cada imagem.
Os planos são ousados, meticulosos, de uma beleza deslumbrante e invulgar, assombrosa e sedutora. A encenação é detalhada e polida. Um Sonho Encantado brilha em toda a sua magnificência, fascinante, ao ponto de a perfeição parecer a coisa mais simples de todas. Não há onde apontar o dedo; é irrepreensível. Tarsem é um génio, um génio maior, pois a sua arte é feita não só pelo seu profundo sentido estético e criativo como pelo maior agente de todos: o tempo.
Um Sonho Encantado é mais do que um marco na história do cinema. É um marco na história da arte. Desde que há Homem. É um dos melhores filmes de sempre, no mais imperioso sentido da expressão, a constar obrigatoriamente nos tops mundiais dos melhores filmes de todos os tempos. Isto é a minha convicta profecia; perante uma obra destas ou nos rendemos ou...
O argumento condensa em si e na mistificada simbologia da imagem toda a História da Humanidade. Mascara-se de inocência, mas revela-se nos meandros, como acontece em todas as grandes obras. Na inocência encontramos o prazer único de contar uma história, o deleite infantil de a ouvirmos e de a imaginarmos com base na nossa memória e na nossa experiência. Nos meandros, fantásticos e profundamente poéticos, encontramos a verdade sobre nós próprios. Pois Um Sonho Encantado é, também, um filme alegórico. Muitas são as cenas-chave que abrem para outros campos de significação. Eis, em vislumbres oníricos, a mais bela viagem pelo mundo e pelo tempo. Eis, sublime, a Odisseia do Homem, a Evolução do Homem, a Evolução da Sua Sociedade, no caminho para a derradeira Queda, a que estamos todos sujeitos: a Morte. É a ordem natural das coisas (...) Todas as coisas têm que morrer, diz Roy, quando Darwin e Wallace falecem.
São as ideias de Darwin que libertam os homens do isolamento da ilha. Que metáfora encantadora. Otta Benga não é senão a sinédoque de toda a escravatura e símbolo da sua abolição e permanente luta pela liberdade. Mystic não é senão sinédoque das civilizações indígenas destruídas pelos descobridores (arda a árvore como símbolo dessa destruição, à chegada a nova terra) ou mapa que os aventurará para o Novo Mundo. O «explosive expert», sinédoque da guerra. O governador Odious não terá esse nome por acaso. Nem por acaso os seus guardas ladrarão que nem cães e morrerão que nem bestas. Heróis e antagonistas são as sinédoques dos mais variados sentimentos humanos e seres humanos no tempo. É nesta leitura escondida e difícil que Um Sonho Encantado revela a sua essência genuína e perfumada.
Na cinematografia de Colin Watkinson é impossível encontrar um defeito. Seja no deserto das dunas-laranja, na cidade azul, nas infindáveis paisagens ou na exuberância arquitectónica que ornamenta o filme, a fotografia é de uma excelência que julgava inalcançável. Um autêntico oásis de pureza. O guarda-roupa, os cenários ou a decoração estão no mesmo patamar: o da sublimidade. A montagem é magnífica e a banda sonora o coração impulsionador de toda a emoção, tanto nas etéreas melodias de Krishna Levy como nas sonantes e omnipotentes composições de Beethoven.
A pequena Catinca Untaru, com ou sem dentes, é das belezas maiores da obra, tão bem dirigida que foi pelo realizador. Lidera, com olhos de anjo, um elenco todo ele formidável. Lee Pace, talentoso, dá corpo e alma ao eterno duplo que conseguiu, desta vez por fim, ser protagonista. E a imaginativa viagem acaba numa das maiores homenagens ao cinema: o cinema como representação e como espelho de si próprio.
in cineroad.blogspot
»Trailer
vou já ver.
ResponderEliminarBoa sugestão. Vou tentar ver um destes hoje. Sim hoje não saio de casa. 11.00h quero estar na cama.
ResponderEliminarmagnifico.
ResponderEliminarbrigado pelas outras sugestoes sp.
É na boa zé...
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