DescriçãoOs salgueiros são um género de árvores que compreende cerca de 500 espécies, na sua maior parte apenas com um desenvolvimento arbustivo. As espécies mais comuns em Trás-os-Montes são o salgueiro-branco (Salix Alba L.) e o salgueiro-chorão (Salix babylonica L.).
O primeiro é comum nas margens dos rios e em outros terrenos húmidos, podendo atingir os 30 m de altura. Distingui-se pela sua folhagem cinzento-prateada, constituída por folhas lanceoladas, com 5 a 10 cm e de margem serrada e um pedúnculo de 2 a 8 cm, piloso.
O salgueiro-chorão, assim designado porque os seus ramos pendentes lhes conferem um ar triste, encontra-se sobretudo em jardins, e pode atingir 8 a 10 m de altura.
Simbolismo e tradições
Esta árvore simboliza a pureza. O salgueiro não cresce em lugares secos, apenas em sítios húmidos, ao longo das margens dos rios, em lamaçais… o salgueiro bebe o excesso de água do terreno permitindo ao solo respirar.
A limpeza do seu carácter, o meio em que vive e a sua tendência para o ar e a luz, fizeram dele um símbolo de pureza. São árvores de água e ar e o seu signo é lunar. O seu vento é norte, frio e purificador e apesar de necessitarem de luz preferem que esta seja fria.
Diz-se que o salgueiro não retém em si mais do que o imprescindível, seja água ou luz, e que inclusive a luz que recebe, devolve-a ao ar quando as suas folhas se voltam e funcionam como espelhos. Esta luz é fria, como se proviesse das estrelas.
No Oriente é um símbolo de imortalidade e ressurreição. Na China, esta árvore estava muito associada a cerimónias fúnebres. Era símbolo de vida eterna e nos rituais, na construção de uma casa, os chineses colocavam-se á porta olhando para o sol, plantavam um ramo de salgueiro e faziam a comida no local para o qual o ramo se inclinava.
Também, a constelação que no Ocidente é conhecida como Hidra, no Oriente era uma folha de salgueiro que no céu chinês, aparece nos ensurdeceres da primeira lua de verão, a época das cerimónias fúnebres. Também para os índios das pradarias era uma árvore sagrada.
Na Grécia encontramos o salgueiro relacionado com as Nove Musas, pois o seu nome Hélice (em grego) deu o nome a Hélicon, a morada das musas. O salgueiro-branco era símbolo de castidade e esterilidade e nas Tesmoforias, as mulheres colocavam ramos de salgueiro estéreis (masculinos) sobre o leito, talvez como afrodisíaco e não tinham relações sexuais uns dias antes e durante as festas.
Na mitologia grega, os salgueiros vivem em Averno, a morada de Perséfone e à entrada da gruta de Creta, na qual se criava o filho de Zeus. Segundo a mitologia europeia o salgueiro é também a árvore das bruxas. Contam as lendas que as bruxas têm preferência por se ocultar sob a forma de Formosas raparigas, nos troncos ocos dos salgueiros, para aparecer depois como gatos resfolegantes e assustar os aldeões.
O salgueiro foi sempre relacionado com o luto, a morte e a melancolia. Este aspecto triste do salgueiro, parece conformar-se na simbologia que tem nos seguintes povos:
Nos povos germânicos, o salgueiro era a árvore dos mortos e dos fantasmas e transportar um ramo de salgueiro era considerado um castigo humilhante.
Na tradição cristã, vemos que Judas se enforcou num salgueiro e por isso, dizem, os troncos dos salgueiros são ocos. Conta-se também que Jesus foi chicoteado com varas de mimbre (salgueiro) antes de ser crucificado e que isto causou tanta pena à árvore que deixou pender os seus ramos, convertendo-se assim no salgueiro-chorão.
No norte da Europa, o Domingo de Ramos continua a ser celebrado com ramos de salgueiro em vez de palmas. A linguagem das flores confirma este aspecto triste do salgueiro: as pessoas que levam folhas de salgueiro indicam que estão sós e abandonadas. Na Grã-Bretanha, colocar um ramo de salgueiro num chapéu, indica amor não correspondido. Também se ofereciam ramos de salgueiro como símbolo do fim de um amor.
Propriedades terapêuticas
O salgueiro é uma árvore que pertence à família das salicaceas. Há mais de 200 espécies na Europa e devido as suas propriedades curativas, destacamos entre elas a salix alba ou salgueiro-branco. Esta variedade cresce junto aos rios, margens e em geral, em qualquer sítio onde a presença de água seja abundante ou em bosques de clima húmido.
Rico em componentes benéficos para o homem, talvez seja mais conhecido pelos seus ácidos de entre os quais destacamos o salicílico, presente nas folhas. Da casca podem-se obter vitaminas, minerais, fibra e ácido ascórbico.
Já na antiguidade, Hipócrates utilizava as folhas de salgueiro para aliviar os problemas relacionados com a dor. Há que não esquecer que a salicina se transforma em ácido salicílico no organismo o qual ajuda a reduzir a sensação de dor; também é importante o facto de que além de servir de analgésico, a salicina tem propriedades anti-inflamatorias.
Tudo isto faz com que o salgueiro seja um remédio alternativo à conhecida aspirina, se bem que seja de acção mais lenta. Para além de analgésico, o salgueiro também se pode utilizar para baixar a febre, graças ás propriedades antipiréticas da salicina, e como anticoagulante dado que esta planta torna o sangue mais fluido e ajuda a prevenir certas doenças cardiovasculares, assim como a formação de trombos.
salgueiro é tipico da nossa zona!
ResponderEliminarEstão 2 salgueiros plantados no ribeiro da Quintâ. Bem-haja quem os plantou.
ResponderEliminarfaz-se chá das folhas de Salgueiro?
ResponderEliminartodos os anos costumo plantar algo Consul.
ResponderEliminarJá vi que há vários vimeiros. Pensava que aquele era um chorão!
A psicose depressiva é um transtorno do humor que altera o estado emocional das pessoas. Uma alteração deste tipo, também altera o estado exterior do indivíduo.
ResponderEliminarSalgueiro Branco
Você vai precisar de:
30 gramas de folhas e flores de salgueiro branco
1 litro de água
Modo de Preparo:
Ferva um litro de água e, em seguida, coloque nesta água as 30 gramas de de flores e folhas de salgueiro branco. Deixe em infusão por 18 minutos.
Posologia
Tome três xícaras pequenas deste chá durante o dia.