Muita coragem tinham as Mães Samarras para parirem tantos filhos e a todos criar com o mesmo desvelo e ternura. Mães com 5, 6 e 7 filhos foram muitas, mas também houve mães com mais e todos nasceram na maternidade (MDS).  
Com 8- mãe Marina Paulos, mãe  Maria da Glória. Com 9- mãe Eufémia  Tomás,  mãe Clotilde, mãe Mª do Céu Paulos, com 10- mãe Mª Augusta Carapito, mãe Lucinda Assunção com 11- mãe Teresa  Mendo, mãe Felisbela de Jesus e com 13- Mãe Irene  Soeiro e outras que eu já não conheci. A mãe Marina e mãe Irene, ainda entre nós e que aqui homenageamos em nome de todas as nossas mães Samarras, com mais ou menos filhos.
Isto passou-se no século passado, ainda aqui atrás da porta, quando não havia reformas nem subsídios de qualquer espécie. Quando acontecia estas mães coragem ficarem viúvas, com uma” ninhada” que cabiam debaixo de um cesto, qual ninhada da galinha debaixo das asas, todos procuravam dar a sua contribuição e com uma, ou outra ajuda de familiares assim os criaram.

Quando estas mães camponesas iam para o campo ajudar os seus homens e não havendo o habito de carregarem os filhos nas costas, como as mulheres africanas, deitavam-nos embrulhados no seu xaile, entre dois regos de batatas ou de centeio, numa cabana improvisada feita com duas estacas dos feijoeiros e uma manta da albarda, para os protegerem do sol e os amamentarem, sendo por vezes surpreendidas com o sibilar de uma cobra aos ouvidos, que vinham ao cheiro da mamada e aos gritos gaguejados da mãe, acorria o pai para a matar, já que ela não lhe podia esmagar a cabeça com o seu calcanhar, como a sentenciou o Criador “Génesis 3, 15”e assim proteger o seu pimpolho.


Também foram estes filhos de mães coragem que, seguindo o exemplo de seus pais, furaram por aqui, por ali e muitos por lá, sobretudo por lá; Brasil, África, Canadá, França, etc. e com o brio e coragem da massa com que foram feitos, deram a volta à situação precária em que viviam e vingaram na vida. Se já tivessem inventado o rótulo de geração à rasca, eles de certo não fariam parte desse lote, porque, com carta de chamada ou a assalto, chegaram onde pretendiam para atingirem os seus objectivos e proporcionarem à família um ou outro modo de vida.

Agora ao regressarem à terra que os viu nascer, fazem-no com saudade e orgulho de Samarras. Uns remodelaram as casas dos seus progenitores, outros construíram de raiz belas casas, dando um “look” diferente à aldeia, outros ainda vêm só de visita, porque têm de continuar a apoiar os filhos e netos, nas terras que os acolheram nos destinos da imigração ou emigração, continuando a transmitir-lhes os seus valores. Uns partiram sem saberem assinar o nome, hoje muitos dos seus filhos e netos são licenciados e são o orgulho de pais e avós. Destes não se pode dizer que os defeitos dos filhos são os seus fracassos como pais.

Este blogue, onde todos podemos colaborar, é um meio privilegiado para revisitarmos a nossa terra Samarra e interagirmos, não importando a latitude onde nos encontremos como se percebe pelos comentários dos que a ele acedem.
As mães Samarras imigrantes, dos jovens que o criaram e o administram, estão de parabéns com este “assalto” tecnológico que já vingou pela facilidade de acesso, o que não foi possível com as experiências tentadas de folhas informativas tipo jornal.
Também estes foram corajosos e criativos e à maneira samarra, bem hajam.

Texto:  António Paulos
           Maio 2012 (5) 


17 comments Blogger 17 Facebook

  1. Eu continuo a ser filho único. Que estranho!
    Vou fazer uma broca, como quem diz um cacete, uma grávida ou um canhão..
    Uma ganza vá, para não haver mal entendidos. Este tempo tá bom é pra isso.

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  2. muito ecletismo da sua parte caro A.Paulos,considero que as suas crónicas são bem vindas, saudosismo qb. mas o ser Samarra, é um ser um pouco cobarde, à distância é um ilustre contador de contos. quando toca à intervenção e confrontação das causas públicas, lembra-me um cão rafeiro que mete o rabo entre as pernas e diz ámen...
    (ou refugia-se numa adega de inox a a gabar um vinho intragável de beber!, uns engolem outros nem por isso!
    um abraço para os últimos bons filhos das mãe.

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  3. Realmente acho que passamos muito tempo aqui a puxar pelos galões quando na realidade devíamos opinar sobre a cobardia samarra. O facto de terem de ser os mais novos a comprar guerras que outros já deviam ter vencido, é cobardia! O facto de ainda existirem ovelhas ranhosas que travam o avanço da freguesia, é cobardia.
    Acho que os mais velhos antes de falarem em exterminar algo, deviam pensar em exterminar a cobardia interior.

    As mães samarras foram mais homens do que eles próprios, em vez de usarem nagalhos para segurar as calças, deviam usá-los ao pescoço.

    Eu também quero chegar a velho, significa que vivi durante algum tempo, mas não quero chegar assim, agregado na cobardia.

    Estas crónicas são, sem sombra de dúvidas uma mais valia ao espaço, discordo do outro que diz que parece o perdoa-me, o mesmo individuo devia ter mamado mais... Ou se calhar começou agora a mamar...

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  4. Este espaço é um lugar onde todos podem colaborar... É pena, mas as galinhas têm penas diferentes, que não se respeite o:"Tente sempre que no seu comentário imperem o respeito e a boa educação". A. Paulos se puderes e quiseres, continua a deitar cá para fora o que te vai na alma Samarra e porque te conheço, sei que esses adjectivo não colam no teu carácter. Os do nosso tempo revemo-nos nestas crónicas e se a intenção é dar a conhecer,também, aos mais novos quão difícil era vida nos tempos de seus avós e pais estás a conseguir. Continua que nós recordaremos com gosto.

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  5. Aumentem a foto e terão uma panoramica interessante sobre uma parte do território smarra e quem melhor para ilustrar esta bela crónica do que a matriarca das mães samarras. Parabéns a a.paulos e ao fotografo, continuem.

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  6. blá blá nice reformates ke não fazem puto pela aldeia,............só gingar o pópó e o maneirinhas..............sejam mais terra a terra e participem na vida da aldeia.............lirismos de distância é uma festa...........................moi nou coné toi.

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  7. Pelo que vejo não são as crónicas que estão em causa, até porque são de facto uma mais-valia e vão continuar aparecer aqui no espaço, enquanto os seus autores assim o quiserem, aliás, qualquer pessoa o pode fazer.
    O que acontece é que o povo samarra além de ter um sentido de humor único, gosta de motins intelectuais e agora que o tempo começa a aquecer as reflexões armazenadas durante estes meses de quietude vêm à tona, e isso é de saludar.
    “Não basta falar de paz. É preciso acreditar nela. E não basta acreditar nela. É preciso trabalhar por ela.”
    (!!!!????)
    Não nos podemos desviar daquilo que somos, pronto.

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  8. moi auçi anómimo das dezasseis e quarenta e seis

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  9. força...isto andava tao morto,parece que com a temperatura subiram as ideias...i like that!

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  10. Mamo te a ti seu badameco, tento na lingua ou levas com virus cunete nesse PC.

    Gostei dessa das guerras intelectuais, de facto Samarra mostras ser um individuo previdente, muito barulho, muita filososfia de quintal, quero é ser amigo de todos, mamamos todos pela mesma teta e somos irmãos (tipo OpusDay), mas na hora da verdade estão na horta a caçar escavaterras!
    Se depende se destes Samarras puros, as ruas ainda eram de lama e ainda se cagava atrás do cemitério. O Amor, mais do que por palavras, prova se por actos! Onde estão os Vossos actos?
    Quando for a portugal em Agosto, quero ver as mudanças.Força rapazes.

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  11. ZM, era no quelho do xequim grego que obrava, com licença.

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  12. Entao mas era dia da mãe ou opus day?

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  13. Lamentável, esqueceram se da mãe Lucinda que teve 11 e criou 8!!!

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    1. é verdade, foram 11! Acredito que o A. Paulos se tenha esquecido.

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  14. Paula Martinho e Luís; a mãe Lucinda , não foi referida na crónica, porque eu efectivamente não sabia quantos filhos teve, por outro lado os comentários também servem para quem quiser colaborar com estes factos, fazerem possivies corecções e ou acrescentarem algo como já tem acontecido nalgumas crónicas. Como eu desconheço o apelido da mãe Lucinda (embora saiba de quem se trata) e como todas as mães são referidas pelo nome e apelido, de maneira a poderem ser indentificadas, agradeço que me digam qual o apelido, para solicitar aos Administrafores do blog para a incluirem na respectiva crónica. Obrigado, pelo reparo que nos permite dar mais rigor à crónica.

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    1. estou de acordo, A. Paulos, os comentários também fazem parte da crónica.
      Para quem está longe é muito bom ler, quer a crónica em si, quer os comentários.
      Obrigado a todos.

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  15. É bom recordá-la pois é a matriarca da aldeia e está quase a fazer um século. Parabéns D. Elvira.

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