O Magnífico Portal da Capela do Solar

Nenhum dia é festivo só porque sim, só porque nasceu às 00h00 de um qualquer dia de um qualquer calendário. A História e ou Nós é que fazemos os dias festivos, por um motivo ou outro, que entendemos que o devemos festejar, fazendo dele um dia diferente, um dia festivo.

Pois bem, os Santaeufemenses/Samarras vão ter muito em breve, 3 motivos para fazerem três dias diferentes, para comemorarem três datas festivas.

O Primeiro, nos 360 anos (trezentos e sessenta anos), que ocorrem já no próximo mês de junho, data da inauguração daquela que foi a primeira Capela da Casa Fidalga, que o 4º fidalgo de Santa Eufêmia, António de Carvalho de Vasconcelos Cortez, mandou edificar com zelo e devoção e que a dedicou a Nossa Senhora da Conceição, que a fizera cabeça de um vínculo de morgado instituído por escritura de 05 de Junho de 1657. 
Certificada pelo registo no “Livro da Câmara Eclesiástica de Viseu, em 27 de Junho de 1657. (360 anos). 
Este fidalgo que nasceu no seu e nosso chão; em 19 de outubro de 1639 ainda era solteiro e mais tarde, casou em 2ª núpcias com Dº. Guiomar da Cunha Freire, sua prima, que viria a falecer em 9 de Setembro de 1676 e foi sepultada na sua capela em Santa Eufêmia. Terá sido este fidalgo quem concluiu as obras do solar e terá falecido antes da esposa.


O Segundo dia festivo, dentro deste conceito, deveria ocorrer no dia 02 de dezembro de 2018, ou em dia conveniente, o dia em que ocorrerem os 250 anos (duzentos e cinquenta anos), em que o 8º fidalgo de Santa Eufêmia, Manuel António Cortez de Carvalho e Vasconcellos, que nasceu cerca de 1720 e teve sete irmãos, em que dois foram padres, dava por concluídas as obra de ampliação e remodelação da Capela em 2 de Dezembro de 1768 e que mais tarde viria a ser a Igreja Matriz da Aldeia, até aos nossos dias. (250 anos).

Possivelmente e pelo menos em 24/08/1817, a capela de Nossa Senhora da Conceição já seria a Igreja Matriz da aldeia, no entanto, não encontrámos nenhum documento que no-lo ateste, quando passou a ser a Matriz da aldeia ou seja quando os fidalgos a doaram à aldeia. Nesta data 24/08/1817, foi enterrada na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, D. Josefa Maria de S. Payo Cortez de Carvalho e Vasconcelos, irmã gémea de D. Francisca de S. Payo Cortez de Carvalho e Vasconcelos, filhas do fidalgo Manuel António Cortez de Carvalho e Vasconcelos.

Este Sr. Fidalgo também foi aquele, que está representado na pintura que foi feita sob o tecto do coro da Capela Principal da Ermida da Sra. das Fontes, em que, acompanhado das três filhas, D. Maria Antónia e as duas acima referidas, doa à Ermida na pessoa do seu Ermitão o património de que os fidalgos eram donos, de maneira que esta tivesse os proventos adequados, à honra e devoção da Senhora e a todos os serviços que ali eram prestados; aos peregrinos e viandantes que percorriam esta estrada militar de Almeida a Lamego e aos pastores que em noites de inverno ali acorriam, bem como aos ciganos, que, no entanto, assim como os indigentes, tinham que ficar fora dos muros do ermitério; mas como acolhiam toda a gente, para lhes prestarem os serviços solicitados, construíram barracões fora destes, para se abrigarem, bem como as suas bestas. 
Faleceu em 2 de Fevereiro de 1793, sendo sepultado na capela da sua casa.

Única, a caminho dos 250 anos em (2021) e é nossa.

O Terceiro momento festivo, nos 250 anos da inauguração/bênção da Capela de Nossa Senhora das Fontes, que ocorre no ano 2021, sendo que as celebrações da festa de 08 de setembro de 1771 já ocorreram na nova capela, realizando-se assim parte do sonho do santo Ermitão, que via a sua obra concluída e reconhecida..

A licença para a bênção da capela havia sido solicitada em 13 de Maio de 1771, 146 anos antes da “SENHORA” aparecer em Fátima aos 3 pastorinhos. 
O Bispo mandou investigar tudo o que lhe pareceu por bem e necessário e o Abade Alexandre Manoel de Sousa, delegado do Ordinário, da Póvoa de El-Rei, em 23 de Maio do mesmo ano, respondeu ao Bispo de Viseu, …. estar a capela concluída e inteiramente capaz de nela se celebrar com toda a devida decência ….. e por ser verdade mandei fazer esta que sendo necessário juro “in verbo sacerdotis”. 
Oito dias depois estava lavrada a licença: 
Pela presente concedo licença( ao Rev. Pe. António José de Carvalho e Vasconcellos, que era filho do fidalgo de Santa Eufêmia, Luís Carlos Freire de Carvalho e Vasconcelos. Este Sacerdote faleceu em 27/03/1775 e foi sepultado na capela do Solar); para que possa benzer a capela da Milagrosa Imagem de Nossa Senhora das Fontes, sita em o limite e junto do lugar de Santa Eufêmia, deste bispado e depois de benta se possa nela dizer missa, visto me constar que é decentemente cómoda e que tem os paramentos necessários. Esta será registada no livro do registo da Câmara. Dada em Viseu sob o selo de S. Exa. e meu sinal, do primeiro de Junho de 1771, Pe. Jerónimo Fernandes Prata, Escrivão da Câmara a subscrevi. 
(Selo Branco do Bispado).

Fica aqui o Lembrete para que, quem de direito, projecte o que for possível para celebrarmos datas tão significativas no nosso património colectivo, que se reportam à Igreja Matriz e à Ermida da Nossa Senhora das Fontes, que ilustres Samarras nos legaram e que são o orgulho da identificação do nosso chão. 
É bom recordarmos os momentos marcantes com simplicidade mas com zelo e firmeza, para não perdermos a nossa identidade. 
(Os dados históricos, foram retirados das “Crónicas Samarras” de Apaulos.)


Março 2017 (63) 
Apaulos






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  1. AQUI têm três datas para proporem, para algumas delas integrarem o orçamento participativo, pois 250 anos não estão todos os dias ao virar da esquina, comemorar com alguns benefícios que assinalem estas efemérides. Não digam que não há ideias.Não assino porque não estou lá, fica a sugestão.

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  2. António,como sempre,belo trabalho de pesquisa.Nossa identidade está ai ,fidalgos ou não ! Parabéns pelo belo trabalho e dedicação.

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  3. BELA NOTÍCIA SR. SAMARRA, que tem pugnado por trazer a lume tantas coisas que nos andavam a morder os calcanhares, mas que ninguém via porque as desconheciamos. Faço votos que na aldeia, quem de direito, tenhas estas datas em apreço e as comemore mesmo que singelamente. As neblinas de que falou numa das suas crónicas, que eu devoro, tornam-se cada vez menos nebulosas porque descobertas. Bem-haja.

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  4. O SEGUNDO MOTIVO FESTIVO OCORRE EM 02 de Dezembro 2018 e NÃO EM 2108 COMO APARECE NO TEXTO.Por mais cuidado que haja os erros estão-se sempre a infiltrar.Ficam as desculpas para quem se tenha apercebido deste. Ap.

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  5. Faltam 5 meses para celebrarmos os 250 anos do terminus das obras de ampliação e remodelação da Igreja, que era a "Capela da CasaFidalga" segundo a crónica do Apaulos "DIAS FESTIVOS - Na Aldeia Samarras"; já estão a preparar o evento!.. Caramba 250 anos não são 250dias!..., procurem honrar quem nos deixou tão excelente património 02/12/2018. Mãos a iniciativa por mais singela que possa ser.Obrigada.

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  6. Ouvi dizer que afinal sempre comemoraram na aldeia os 250 anos da remodelação da Igreja.e que afixaram uma placa no portal da Igreja a lembrar e homenajear esta data. Ninguém publica a foto dessa placa que nós cá fora gostavamos de ver. Obrigada

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