A OliveiraAcredita-se que a oliveira seja originária da Ásia Menor. Nessa região teriam sido descobertos vestígios de primitivas instalações de extração de azeite. Em toda a região do Mediterrâneo, trabalhos arqueológicos encontraram fósseis de folhas de oliveira datados dos períodos Paleolítico e Neolítico.

A oliveira (Olea europaea L.) é considerada uma árvore sagrada. Ela é citada em várias passagens da Bíblia. No Gênesis há referências a um óleo extraído do seu fruto. Na passagem sobre a arca de Noé, a oliveira representa o recomeço, o início de um novo tempo para a humanidade.

Havia na Terra Santa muitas oliveiras e junto com as vinhas eram fonte de riqueza. Naquela época, para colher as azeitonas costumava-se bater ou sacudir a árvore. Já o azeite era extraído esmagando-se ou pisando o fruto. A oliveira fazia parte da vida das pessoas de tal forma, que era uma referência constante. O homem justo, por exemplo, era comparado à oliveira, em razão da força e da cor de suas folhas e também por sua abundância, sendo que os seus filhos eram descritos como ramos de oliveira.

A principal fonte de azeite entre os judeus era a oliveira. Usava-se o azeite na consagração dos sacerdotes e também na purificação dos doentes. Costumava-se passar o azeite no corpo depois do banho ou antes de um evento festivo. O hábito só era suspenso nos períodos de luto ou durante alguma adversidade.

Nos banquetes dos egípcios havia o costume de ungir os convidados com azeite: os criados ungiam a cabeça de cada um no momento em que tomavam o seu lugar à mesa.

O azeite era usado externamente ou internamente como medicamento. A abundância de azeite indicava alegria, ao passo que a falta denunciava tristeza ou humilhação. A oliveira simbolizava sabedoria, paz, abundância e glória. Seus frutos, folhas e madeira eram de grande utilidade e tinham muito valor simbólico. No templo de Salomão, por exemplo, as portas eram talhadas em troncos de oliveira e era com sua madeira que os egípcios faziam os móveis das câmaras mortuárias dos faraós. O azeite extraído do fruto da oliveira era usado como fonte de luz artificial em candeeiros.

Na Grécia a oliveira era considerada uma dádiva da deusa Atena e simbolizava a liberdade e a pureza. Com seus ramos, os gregos trançavam as grinaldas e coroas para os atletas vencedores.

E é claro que a mitologia grega reservou um espaço especial para a oliveira, relatando o seu nascimento: Poseidon, o deus dos mares, e Atena, a deusa da sabedoria, disputavam a guarda de uma cidade prestes a ser fundada. Para encerrar a disputa, Zeus, o maior dos deuses, resolveu que a cidade seria consagrada a quem apresentasse a invenção mais proveitosa a seus habitantes. Poseidon criou o cavalo - animal útil para o transporte e a agricultura. Atena fez brotar a oliveira - uma árvore de aparência delicada, mas capaz de render frutos valiosos, que alimentavam e curavam. Zeus ficou tão maravilhado com a invenção da deusa, que batizou a nova cidade com o nome "Atenas".

Sófocles, poeta e dramaturgo grego, não escondia sua admiração pela árvore, que julgava quase "imortal": para ele, a oliveira era a "árvore invencível que nasce de si mesma". A mitológica "imortalidade" da oliveira, tão enaltecida por gregos e romanos, provinha da grande resistência e durabilidade da árvore.


Típica da região do Mediterrâneo, a oliveira (Olea europaea) é uma árvore de folhas perenes e pertence à família das Oleáceas. A árvore mede, em geral, de 4 a 5 metros de altura, mas pode ultrapassar 10 metros. O seu tronco é retorcido, o que resulta num aspecto peculiar e interessante, mas a longevidade da árvore é ainda mais surpreendente: pode viver por mais de 1.000 anos! As folhas, de coloração verde-escura por cima e acinzentada por baixo, são estreitas, lanceoladas, coriáceas e de bordas inteiras. Já as flores são pequenas, brancas e surgem em cachos durante a primavera. As flores têm os dois sexos e são autoférteis. O fruto, conhecido como oliva ou azeitona, tem formato ovóide e coloração verde no princípio, tornando-se arroxeado ou preto ao amadurecer. O tamanho e a forma dos frutos podem variar em função da variedade.

Os frutos só podem ser consumidos depois de processados, na forma de conserva ou de azeite. Em média, uma oliveira pode render 20 Kg de azeitonas e, para se ter uma idéia, são necessários cerca de 5 a 6 Kg para produzir 1 litro de azeite.


O cultivo da oliveira é feito principalmente na região mediterrânea, sendo que a Itália e a Espanha são os principais produtores, seguidos de Portugal, Grécia, Turquia e Tunísia. A oliveira é relativamente rústica, capaz de adaptar-se aos mais variados tipos de solos, no entanto, a planta é exigente em condições de clima, que deve seco no verão e frio e úmido no inverno. Multiplica-se por estaquia e enxertia. Sabe-se que as mudas obtidas por sementes, na maioria dos casos, dão frutos de qualidade inferior, por isso são utilizadas apenas como porta-enxertos.

Por ser típica de climas temperados, há dificuldade de produção em locais de clima quente. O ciclo produtivo de uma oliveira tem início com 5 a 10 anos de idade, dependendo das condições de cultivo e clima.

Além de água, óleo e glicídios, o fruto da oliveira - a azeitona - contem numerosos minerais, especialmente cálcio, ácidos orgânicos, enzimas, vitaminas B1, B2 e PP e provitamina A. Seu poder nutricional é tão interessante, que em tempos remotos, na região do Mediterrâneo, a azeitona, juntamente com a cebola e o pão de centeio formavam a base principal da alimentação dos habitantes do campo.

O Azeite na Cultura Portuguesa

O Azeite sempre esteve presente nos recantos da vida diária dos portugueses: na candeia do pobre e no candelabro do rico, na mesa frugal do camponês e nos solenes templos de velhos cultos.

Mítico, bíblico, romanesco e histórico, "o Azeite vem sempre ao de cima". Enfrentou a nova verdade dos mercados selectivos e deixou de ser simple
smente o Azeite, para adoptar o berço de uma origem e assumir a identidade de uma marca.
Em Portugal, a cultura da Oliveira perde
-se nos mais remotos tempos. Segundo rezam as crónicas, os Visigodos já a deviam ter herdado dos Romanos e estes, possivelmente, tinham-na encontrado na Península Ibérica. Por sua vez, os Árabes mantiveram a cultura e fizeram-na prosperar, sendo que a palavra Azeite tem origem no vocábulo árabe al-zait, que significava "sumo de azeitona".

De facto, as primeiras manifestações da importância da cultura da oliveira em Portugal aparecem nas províncias onde a reconquista cristã mais tardiamente se realizou. É assim que os primeiros forais que se referem à produção olivícola dizem respeito às províncias portuguesas da Estremadura e do Alentejo.


Até finais de século XII, em Portugal, não é mencionada a cultura da oliveira nem o interesse económico da sua produção. Contudo, no século XIII, o Azeite já ocupa um lugar importante no nosso comércio externo, posição que manterá posteriormente, podendo afirmar-se que esta gordura era um produto muito abundante na Idade Média.


Mais tarde, são as ordens religiosas que, com o seu papel na revitalização da agricultura, dedicam especial atenção ao fabrico do Azeite. O "óleo sagrado" vai ter uma importância fundamental na economia do Convento de Santa Cruz de Coimbra, do Mosteiro de Alcobaça, da Ordem dos Freires de Cristo, da Ordem do Templo e da Ordem dos Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Resistente à seca, de fácil adaptação aos terrenos pedregosos, a oliveira tornou-se numa presença constante na agricultura portuguesa».



Fonte:
jardimdeflores.com.br
cm-mirandela.pt

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  1. A oliveira também é util para tratamento da hiper-tensão através da infusão das suas folhas. Sempre em numero impar.

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  2. ainda ontem fiz um de hipericão, dente de leão, camomila e 5 folhas de oliveira.

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  3. é verdadea a minha azeitona fundiu a 18%. pelas contas que fiz foram precisos 6 kg de azeite para fazer um litro de azeite.

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  4. "A principal fonte de azeite entre os judeus era a oliveira"!!!!!!
    Então e entre os romanos era o quê ? o Nabo????
    Bem me parecia que anda aí muito nabo azeiteiro.ioi

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  5. tu nem sabes como o azeite é feito Arrependida. Só vais aos lagares para as lagarads e só vais aos olivais... aliás, tu não sabes o que é um olival!

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  6. Pois devo te dizer que sou propriatario em sociedade com o verdadeiro dono de quase 20 oliveiras.(pequeninas, para não taparem o sol ás ervas.)
    Nada como o dono do maior olival do mundo, mas dá para ver que o azeite vem em exclusivo da oliveira.

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  7. epá eu vendo as oliveiras todas!

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  8. acho que sim Arrependida.. É em exclusivo...

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  9. Por acaso Samarra estás a ser condescendente comigo?
    Não és tu que pensavas que Red Bull era uma raça de vacas?????
    Portar bem, sim.

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  10. Tu vendes as oliveiras todas?????
    Eu ofereço tas, vai lá e apanha tudo.

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  11. Arrependida, de animais percebes tu!

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  12. Ainda o Azeite!

    Esta é boa para as moçoilas e ... para aquelas que já nem o são tanto assim.

    Tomando duas colheres (sopa), ao dia, de azeite, além de diminuir os riscos de doenças cardiovasculares, diabetes, gastrites, hipedrtensão, osteoporose e até câncer ... ATENÇÃO MULHERES ... estarão impedindo o acúmulo de gordura na barriga!

    Agora, se o não teem em casa, corram prá bicha.

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  13. Azeite extra virgem caseiro, acrescente-se.

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  14. Bem...

    quer me parecer que ainda têm muito que aprender.

    Vão mas é trabalhar!!!

    Saudações samarrenses.

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