A antena no alto da “Colina dos Mortórios” (7/2020 ap.).
O
ex-líbris da aldeia e algum casario (7/2020 ap.).
Ontem, ao
passar pela aldeia e ao olhar, cá de baixo, para o alto da “Colina dos
Mortórios”, verifiquei que lá no cimo, instalaram uma antena de
“Telecomunicações” o que irá beneficiar, na aldeia, os utilizadores destas
redes, passando assim a dispor de um serviço de comunicações, que até agora era
muito deficiente ou mesmo inexistente em certos lugares da aldeia, o que
obviamente, me deixou agradado.
Já não me
lembro, da primeira vez que vi a “ermida de Santa Bárbara”, pois quando nasci
já lá estava e por serem tantas as vezes, não sei qual delas a guardou, para
sempre, na minha memória visual.
Há cerca de dois anos, visitei esta ermida, no intuito de
ali encontrar algo, que pudesse identificar e atestar a sua longevidade e já
nessa altura desabafei, para quem fez o favor de me acompanhar; que não
deixassem crescer as árvores em sua volta, de maneira que estas não a
ocultassem da aldeia e nessa altura foi-me referido, que o proprietário do
terreno contíguo, ao pequeno recinto da ermida, o conterrâneo SR. ANTÓNIO
MONTEIRO, RIP, os tinha autorizado a ocuparem o terreno que achassem por
necessário, para alargarem o recinto da ermida/capela de “Santa Bárbara” e em
abono da verdade, refira-se, que, também o proprietário do terreno, do lado
oposto, este pertencente à aldeia vizinha do Sorval, também autorizou que
ocupassem, se necessário, os metros de
terreno que necessitassem para o mesmo efeito.
Ontem, ao olhar lá para cima, senti uma grande
tristeza, por não vislumbrar a vetusta ermida de “Santa Bárbara”, aquela que
tem zelado pela proteção da Aldeia Samarra; não tivesse ela nascido, na mesma região, onde nasceu a nossa “Santa Eufêmia”, na Calcedónia, Bitínia, depois
Constantinopla e hoje Istambul – Turquia. E “Santa Bárbara” em Nicomédia,
Bitínia, atual Izmit – Turquia no ano 280 d.C. e era 8 anos mais velha que
Eufêmia. Aos 37 anos, porque não renunciou à fé crista, ela que era filha
única, bela e rica, foi degolada pelo próprio pai.
Os “Samarras” juntaram estas duas jovens,
virgens e mártires no chão que hoje é nossos e delas. Era a “Santa Bárbara” que as nossas mães,
aflitas, recorriam em dias de trovoada, connosco ao colo, quando vínhamos do
campo, por vezes já todos encharcados, ou quando os relâmpagos, antes do
ribombar dos trovões, entravam pelas casas adentro, fazendo chorar os garotos e
assustavam os adultos. Era esta a oração, que ainda hoje me soa nos ouvidos: Santa
Bárbara Bendita, Que nos céus está escrita, Com papel e água benta, Livrai-nos
desta tormenta.
Os nossos mineiros em 4 de dezembro faziam a festa à sua padroeira, pois
ela é a protetora dos mineiros, dos artilheiros, das tempestades, raios e
trovões. É venerada pelas igrejas Católica e Ortodoxa.
Hoje, um
conjunto de carvalhos e carvalhitos, não permite que ela seja vislumbrada da
aldeia, o que para os nossos maiores seria impensável e tendo essa
noção, o conterrâneo acima referido
deixou dito; que fizessem o necessário para que isso não acontecesse e o seu
herdeiro, Joaquim Monteiro, respeitando o veredito do seu pai, também já
autorizou que limpassem tudo o que
impede que a pequena ermida de “Santa
Bárbara” seja vista da aldeia e que nunca mais seja ocultada dos “Samarras” e
da aldeia, pelas arvores que possam crescer no topo da colina. Ao Sr. António
Monteiro e seus herdeiros os conterrâneos agradecem o seu gesto.
Porém, os
atuais mordos na pessoa do Sr. Francisco de Jesus Mendo, garantiu-me que esse
trabalho irá ser feito. Os Samarras são assim, quando alertados, para algo que
possa ser feito e que por razões de rotina diária, não lhes feria a
sensibilidade, se alertados e neste caso com a autorização preciosa do
proprietário, a aldeia vai ficar e esperamos que para sempre, a visualizar a
nossa “Santa Bárbara”. Um Bem-haja de todos os “Samarras”, a todos quantos
cuidam e se preocupam com os legados que os NOSSOS nos deixaram.
Julho
2020(80 no Blog)
Apaulos
Esta tem a virtude de ser como que um testamento, para procedimentos futuros. Muito bem Sr. Apaulos.
ResponderEliminarTEM HAVIDO TANTOS PROPOSITOS DE LIBERTAR A ERMIDA DE SANTA BÁRBARA DOS CARVALHOTOS QUE A RODEIAM, DE MODO A SER BEM VISÍVEL, PELOS SEU DEVOTOS, AQUI NA ALDEIA, MAS EMBORA A AUTORIZAÇÃO DOS HERDEIROS DO SR. ANTÓNIO MONTEIRO, TENHA SIDO REITERADA, O QUE É FACTO É QUE AINDA NÃO ACONTECEU. ENTÃO SAMARRAS???? ENTÃO SR. PRESIDENTE DA JUNTA E DEVOTO DA SANTA BÁRBARA, PARA QUANDO!!!! SE NÃO FOR ESTA GERAÇÃO A CUIDAR DAQUILO QUE NOS LEGARAM, QUEM O FARÁ????
ResponderEliminarFOI COM SATISFAÇÃO, QUE AO PASSAR PELA "ALDEIA SAMARRA" E AO OLHAR PARA O ALTO DA COLINA DOS MOTRTÓRIOS, JÁ PUDE VER A EREMIDA DA SANTA BÁRBARA. PARABÉNS AOS MORDOMOS DELFIM JÚLIO E FRANCISCO MENDO, SENDO QUE O PRIMEIRO TAMBÉM É O PRESIDENTE DA JUNTA E QUE CUMPRINDO O DESEJO DO SR. ANTÓNIO MONTEIRO, COMO ESTÁ REFERIDO NA CRÓNICA E COM A DEVIDA AUTORIZAÇÃO DOS SEUS HERDEIROS, NA PESSOA DO SEU FILHO JOAQUIM MONTEIRO, O TRABALHO FOI FEITO. O MEU APELO É QUE, NUNCA DEIXEM QUE OS CARVALHOTOS A OCULTEM DA ALDEIA, DOS SEUS DEVOTOS, POIS AUTORIZAÇÃO PARA LIMPAR OS IMPECILHOS DOS CARVALHOTOS OU ALARGAR O SEU RECINTO, ESTÁ ESPRESSO NESTA PROSA PELOS; SR ANTÓNIO MONTEIRO (RIP)E SEUS HERDEIROS. BEM-HAJAM A UNS E A OUTROS.
ResponderEliminarHOJE DA DA MÃE, UM ABRAÇO AMIGO, PARA AS MULHERES E MÃES SAMARRAS E PARA AQUELES QUE TÊM A GRAÇA E FELICIDADE DE AINDA TEREM MÃE, DOIS ABRAÇOS. Apaulos
ResponderEliminarNa terceira foto, 3 dos ex-libris da "Aldeia Samarra" ; a " TORRE SINEIRA" a "IGREJA da ALDEIA" que foi a capela do Solar Fidalgo, a que foi a "IGREJA DE SANTO ANDRÉ", até os fidalgos doarem a sua capela à população, que fizeram dela a sua igreja. Naquela que foi a igreja de Santo André, funcionou ali até à década de 1950 a escola primária, que servia as 4 classes em simultâneo, sem separação do espaço. Grandes professoras e grandes alunos. Posteriormente e já na década de 1950/60 e já denominado de "Salão", representaram-se ali algumas peças de teatro levadas à cena por estudantes daqueles tempos, com atores da aldeia. Hoje encontra-se em obras de recuperação, após ter sido objeto de arresto devido ao caso, conhecido como o "caso do caçador". Saudações SAMARRAS.
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