O elixir da agonia

Desde sempre, a criatividade e o desenrasque foram atributos associadas à gentes samarras. 

Na medicina, por exemplo, a indústria farmacêutica contemporânea é importunada e substituída pelas mais variadas mezinhas samarras.

Indo de encontro a esta ultima dissertação, há poucos dias um cidadão samarra procurou auxílio num simples arame 14x16 (das videiras) para restabelecer-se de uma forte dor de dentes. Costuma dar resultado! Mas desta vez, por mero azar, o dito apetrecho causou-lhe uma grave infecção. Quanto à malvada dor, essa permaneceu e aumentou até. Desnorteado, em completo desespero, decidiu galgar trilhos sombrios na direcção do Nobel da medicina.

Tentou o que até hoje ainda ninguém teria experimentado - é assim que se fazem grandes descobertas. Socorreu-se de uma bilha de petróleo. Petróleo, o elixir da agonia! Encheu a boca com o preparado (usado para motores de rega), bochechou o suficiente, até aguentar, na esperança que tal matasse o “bicho”. Mas hoje não era o seu dia de sorte.

Segundo fontes próximas a reacção foi imediata. Depois de uma potente indisposição e mudança de cor a cabeça do visado inchou! Desconhece-se se a dor de dentes desapareceu.   

O infeliz episódio acabou nos hospitais de Coimbra.

Passados longos e penosos dias, já teve alta.

Se a experiência tivesse surtido um resultado positivo, hoje o petróleo (para motores de regas e afins) seria um bom substituto da velhinha aguardente na cura de infecções.

"Se andarmos apenas por caminhos já traçados, chegaremos apenas aonde os outros chegaram.”

Alexander Graham Bell